sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sete dias de vida

Passada que está uma semana sobre o "nascimento" deste espaço, é chegada a altura de fazer uma análise, ao que durante este tempo aconteceu.
Fui escrevendo, quando o trabalho da minha "nova profissão" me permitia, sem qualquer preocupação de estilo, de forma, de linguagem, apenas deixando fluir as emoções do momento, tentando transmiti-las da melhor maneira possível ao teclado do computador.
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Sempre entendi que a comunicação (o professor também é um comunicador), seja de que tipo for, utilize os meios que utilizar, só faz sentido desde que exista um binómio emissor-receptor (es), por isso é sempre importante conhecer se existe ou não feedback.
Nesse sentido, ao iniciar este "projecto" tomei a liberdade de divulgar junto de todos os meus contactos o "nascimento" do mesmo, convidar todos para que o visitassem e, se assim o entendessem, nele participassem.
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Depois destes dias, tenho de me sentir satisfeito e deixar aqui algumas palavras de agradecimento (seria injusto se o não fizesse)...
Em primeiro lugar à "minha Maria", que tem tido a paciência de ler todos os textos, analisá-los, comentá-los e incentivar-me para que continue,...
À Anabela, que tem acompanhado esta "retrosaria" diariamente, comentando os textos e, por vezes, relatando também algumas experiências da sua vida...
Ao Filipe, que divulgou a existência deste espaço junto de todos os seus contactos, (meus ex-colegas também) donde já me chegaram alguns comentários e palavras de incentivo...
À Teresa, que resumiu num "aprovadíssimo" o seu apoio....
Ao Ricardo que ontem me perguntava "porque não escreve um livro de memórias" (talvez um dia)....
A todos eles, e também àqueles que através de mensagens via telemóvel me têm incentivado.... o meu MUITO OBRIGADO!
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Não prometo um RETALHO por dia, nem por semana, não sou capaz de escrever quando quero, apenas quando as emoções ou as recordações "afloram", e aí sim, tento passar para o teclado o que me vai no pensamento, no coração, na alma.
Reafirmo contudo, e mais uma vez, que não pretendo este espaço meu, pretendo-o de TODOS aqueles que o queiram partilhar, com o seu contributo, relatando as suas experiências, as suas vivências boas ou más, as suas recordações, os seus pensamentos ou tão só para me dizerem.... "porque non te callas"!!!
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Fico à vossa espera e.... CONTO CONVOSCO.
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Um Abraço e até.... ao PRÓXIMO RETALHO

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Retalho 4 - Público e Privado

Estávamos no ano de 1961, era eu miúdo, tinha acabado de completar 6 anos e, por causa de uma Lei que nunca percebi, não podia entrar na Escola Oficial (como na altura se chamava) assim, os meus pais resolveram "mandar-me à escola" para uma escola paga (hoje Ensino Privado).

Estavam lá muitos meninos como eu, mas que não eram iguais a mim, não falavam com eu, sabiam dizer os "rs e os ls" , coisa que eu não era capaz (ainda hoje não sou) e talvez por isso, ao fim de pouco mais de uma semana, mandaram-me para uma carteira ao fundo da sala, e ai fiquei com estatuto especial, podia fazer o que me apetecesse, desde que não incomodasse e, assim lá estive até final do ano.

Por vezes sentia-me triste, ninguém me mandava fazer nada, ninguém me perguntava nada, estava entregue a mim próprio, ninguém dava pela minha existência... nem pela minha falta.

No ano seguinte, fui então para a Escola Oficial, para a 1ª classe, uma Professora nova, a Dª Helena (muito bonita), que não se importou que eu fosse diferente dos outros, tratava-me de forma igual, mandava-me fazer as coisas, elogiava-me ou criticava-me consoante eu fizesse bem ou mal, de vez em quando (poucas vezes é certo) lá vinha uma reguada mas eu sentia-me bem.... sentia-me igual aos demais!!

Assim segui até à 4ª Classe, e ao exame de admissão à Escola Industrial e ao Liceu.

Passados que estavam os exames, com aprovação em ambos, chegava a altura da primeira escolha, que em Moura era simples... Escola Industrial ou Colégio Particular (porque não existia Liceu).

Desde muito miúdo fui atraído pelas mecânicas e pela electricidade, por isso escolhi a Escola Industrial, no entanto, hoje recordo uma pergunta do meu avô à qual não dei importância na altura e hoje entendo perfeitamente, "tens medo de ir para o Colégio?"

Claro que respondi... NÃO, mas hoje até acho que sim, que tinha medo de me acontecer o mesmo que se tinha verificado no meu primeiro ano de escola.

Fui feliz na Escola Industrial, cresci como pessoa, como estudante, formei-me como técnico, segundo princípios de seriedade, de competência, aprendi a trabalhar em equipa respeitando os outros e as suas opiniões, na certeza que o sucesso se constroi com trabalho e em conjunto. Devo tudo isto, aos Bons Professores que felizmente me acompanharam, e a quem muito devo, pelo homem e o profissional que sou.

Ao longo da minha vida de professor, sempre tentei seguir estes princípios nas Escolas do Ensino Público por onde passei, daí que, ao ver as noticias de hoje acerca dos "rankings das escolas" me viessem as lágrimas aos olhos, misturadas com um sentimento de revolta que não consigo descrever.

Durante anos (muitos), como professor e profissional do Ensino Público fui obrigado, sim OBRIGADO, a implementar reformas sem nexo, a leccionar com metodologias didáctico/pedagógicas sem sentido, conteúdos programáticos idiotas em disciplinas e áreas disciplinares imbecis, em nome da obediência hierárquica estabelecida, sempre que alguma "cabeça iluminada" se lembrava de fazer uma reforma, à qual eu tinha de obedecer, sob pena de ser excomungado por via de um processo disciplinar.

Enquanto isto, o Ensino Particular (privado como agora se diz) manteve os seus padrões, os mesmo pelos quais eu estudei na Escola Publica, indiferente a reformas, a mudanças, a teorias, apenas se adaptando aos tempos modernos e às novas tecnologias.

Agora, chegam os "rankings" e constata-se a diferença de resultados... a qualidade do Ensino Privado é muito maior que a do Ensino Público e... os culpados disto?

Os culpados disto, por muito que me custe admitir somos todos nós!..

Os Professores, porque nunca souberam ou quiseram ser uma verdadeira classe onde a união e a solidariedade não fossem conceitos abstractos;

Os Pais, porque se têm deixado manipular pela máquina propragandistica da política, sem nunca perceberem que a exigência, a disciplina, o rigor, o esforço, são regras de ouro para o sucesso no ensino (tudo o que se continua a fazer no privado) e que o facilitismo leva ao... descalabro.

TODOS os ocupantes do ministério na Avenida 5 de Outubro, que ao longo de décadas sempre usaram demagogia barata, para satisfazer caprichos de pseudo pedagogos, pagos a peso de ouro, sem nunca terem feito nenhuma avaliação séria das (muitas) reformas do ensino a que assistimos ao longo dos anos, e que sempre contribuíram para a sua menorização.

Finalmente a comunicação social que assistiu a tudo isto, ao longo dos tempos, sem nunca ter sido capaz de dar voz às verdadeiras questões que afligiam o sistema de Ensino Publico, desmistificar as coisas, explicar as políticas, aclarar os objectivos menos visíveis, e sobretudo desmontar que, passo a passo, se ia caminhando para a morte do ensino público de qualidade onde eu estudei.

Hoje, com a passagem administrativa até ao 9º ano, que segundo tudo indica, vai ser aprovada, deu-se a estocada final no ensino público!!

O País fica mais pobre.... as contas bancárias das instituições de ensino particular agradecem!

Um abraço e até... ao PRÓXIMO RETALHO

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Retalho 3 - Mulheres e... Pares Pedagógicos

Desde há muito a esta parte, a Profissão de Professor foi desempenhada maioritariamente por mulheres.
Foram várias (não sei quantas) as que se cruzaram no meu caminho, com as quais trabalhei em regime de par pedagógico ao longo dos anos e de quem guardo as melhores recordações, não só pelo que me ensinaram, pela paciência que tiveram para me aturar, e sobretudo pela amizade que ficou.
Trabalhar em par pedagógico nem sempre é fácil. Cada um de nós tem a sua forma de estar na vida, de ver as coisas e o mundo, a sua maneira de encarar as mais variadas situações que se vão deparando no dia a dia, os seus gostos e pontos de interesse. Conciliar tudo isto, nem sempre é uma tarefa simples.
Considerando que as pessoas passam grande parte do dia juntos, trabalhar assim pode ser muito gratificante, ou muito penoso, dependendo da forma como as pessoas se relacionam uma com a outra.

Felizmente sempre me consegui relacionar sem problemas, com todas as colegas, umas em coexistência pacífica, outras em comunhão de espírito e, quando assim é, trabalhar em par pedagógico é realmente..... muito gratificante.
Saber que temos com quem dividir o trabalho, que temos quem faça por nós o que menos gostamos, quem nos "cubra as costas" nos nossos pontos fracos, quem nos adivinhe os pensamentos e intervenha antes de termos uma atitude irreflectida, que tenha sempre uma palavra de estímulo quando as coisas nos correm menos bem e o desânimo se apodera de nós, quem nos dê força quando o obstáculo parece intransponível, faz-nos sentir bem connosco próprios e realizados profissionalmente, o que transmite uma confiança enorme àqueles que connosco trabalham..... os alunos.

Tive a felicidade de me ter acontecido isto durante quinze anos. Foram os meus melhores anos no ensino.
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Neste RETALHO não podia, contudo, deixar de fazer uma refência especial, a uma das pessoas que profisionalmente mais marcou a minha vida... a D. Lina.

Uma mulher fantástica, a minha primeira Professora de Desenho, que tanto me ensinou, que me orientou os primeiros passos nesta disciplina e desenvolveu o meu gosto pelo desenho, ensinando-me desde muito novo a "ver com olhos de ver".
Quis o destino, ou as vicissitudes da vida como prefiro chamar-lhe, que dez anos depois, se viesse a tornar no meu primeiro par pedagógico.
Mais uma vez, a sua sabedoria, a sua paciência, a sua capacidade de motivação, a sua forma de me tratar já não como aluno, mas como colega (o que fazia questão de dizer a toda a gente) foram para mim motivo de orgulho, de satisfação, e de segurança perante as situações adversas que sempre enfrentamos no inicio de carreira. A ela, devo muito do que fui enquanto professor, da forma como estive no ensino, na maneira de me relacionar com os alunos, na forma de encarar e superar as dificuldades. Para ela, que infelizmente já não está entre nós, o meu.... MUITO OBRIGADO!

Um abraço e até.... ao PRÓXIMO RETALHO

sábado, 25 de outubro de 2008

Retalho 2 - O Nascimento de.... uma Terra!




Estavámos no ano setenta e nove, do século vinte, do passado milénio.
Dito assim, parece que foi há muito tempo, mas para mim e para as pessoas da minha idade.... foi ontem!
Era eu um "miúdo-homem", que pelas vicissitudes da vida (ou do concurso de colocação de Professores) trocou a vasta planície do Alentejo profundo, pelos areais do Alentejo Litoral fixando residência em Porto Côvo, na altura ainda uma aldeia de pescadores, de gente humilde, sincera, que me acolheu de braços abertos, e onde construí amizades que ainda hoje perduram.
Eram os tempos àureos do Projecto Industrial de Sines, a refinaria da Petrogal tinha começado a laborar à pouco tempo, a construção do complexo Petroquímico estava no auge, o terminal portuário de Sines estava em fase de conclusão e, por tudo isto, existia uma população flutuante de alguns milhares de pessoas a que o mercado habitacional da zona não conseguia dar resposta eficiente, fazendo disparar o preço das rendas de casa.
Para minorar esta questão, o então "senhor todo poderoso" Gabinete da Àrea de Sines construía um aglomerado habitacional de raíz a que chamava Cidade Nova de Santo André, no local conhecido pelo Areal, e para onde vim residir no final do verão do ano 1980.
Era na realidade um areal, onde havia sido instalado um gigantesco estaleiro de construção civil, entrecortado com algumas construções pré-fabricadas que serviam de alojamentos colectivos, A Vila Mina (hoje o Campus Universitário Piaget) onde se situava o único refeitório existente, ou já de betão e alvenaria, o Bairro Azul, o nosso "centro comercial".
Aí estavam instalados os únicos estabelecimentos comerciais, o talho, o mini mercado, o café, o barbeiro, e na rua, uma série de bancas de madeira com hortaliças e peixe, ao lado da barraca da D. Rosa.... era o nosso mercado.
É verdade... era tudo o que tinhamos!!!!
Farmácia, médico, bomba de gasolina, iluminação pública, telefone, ruas asfaltadas.... eram "luxos" que não conheciamos!
No entanto nas Pré-Fabricadas da Petrogal, na Lagartixa, na primeira fase da Empec (hoje Atalaia-Norte), assim como na primeira fase dos Caixotes e da AC (hoje Bairro das Flôres), residiam por cá umas centenas de famílias, provenientes das mais diversas origens, cujo ponto de encontro era o Clube Estrela do Areal (hoje Estrela de Santo André) ou a residência do Padre.
Eram condições de vida difíceis, mas que ajudaram a crescer muitos "miúdos-homens" como eu, e mostraram que a palavra SOLIDARIEDADE não é um conceito abstracto!
Foram alguns destes "miúdos-homens" que instalaram a então Secção de Santo André da Escola Preparatória de Santiago do Cacém (eu cheguei 2 anos depois), num edificio "suigeneris" (hoje Centro de Actividades Pedagógicas Alda Guerreiro) onde as salas de aula tinham apenas três paredes, uma vez que eram uma extensão do salão polivalente central, o almoço para os alunos vinha de Santiago do Cacém no carro dos Bombeiros, o telefone era o da obra e estava instalado num pinheiro, a energia elèctrica era fornecida por um gerador, e apesar de tudo isto, se viria a tornar num novo ponto de encontro da comunidade.
Foi lá que nasceu a primeira Associação de Pais e Encarregados de Educação de Santo André, o Grupo de Teatro GATO.SA, que se apadrinhou o nascimento do jornal "O Leme", de um Cine-Clube, se iniciou a prática de algumas modalidades desportivas como o badmington e o judo, se realizou o primeiro corso de carnaval de Santo André e, embora não tenha sido reponsável pelo nascimento de nenhuma delas, orgulho-me de ter vivido estes tempos, e ter tido o previlégio de dar o meu modesto contibuto para que se tornassem realidade.
Sei que, hoje, este post parece uma obra de ficção mas não... é apenas o resultado do que foi saindo expontaneamente para o teclado do computador, sem grande preocupação de rigor.
É mais um RETALHO DE VIDA, no entanto, atrevo-me a lançar um desafio no qual estou desde já pronto a colaborar, dado que, talvez fosse a altura certa para no âmbito da Autarquia, da Biblioteca, ou mesmo nas Escolas, numa ou várias àreas de projecto, tentar recolher e compilar as estórias... que juntas poderão fazer a História... de uma Vila sem História!!!!
Um abraço e até... ao PRÓXIMO RETALHO

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Retalho 1 - Na hora do adeus

Há dias voltei à Escola onde estive mais de vinte e cinco anos.
Ao longo de toda a minha vida profissional, nunca pensei de forma sistemática, no dia do adeus, no dia da minha ultima aula, no dia de arrumar as "tralhas" para regressar a casa. Fazia-o por vezes, quando algum colega se aposentava, mas rapidamente desviava o pensamento para outros assuntos, uma vez que esse dia ainda vinha longe... pensava eu.
E... ali estava ele, por opção minha é certo, mas tinha chegado.
Já com tudo arrumado para partir, um último olhar para as paredes, para os móveis, o painel de ferramentas, que ao longo do tempo, comigo conviveram diáriamente, e testemunharam de uma uma forma silenciosa as estórias que ali vivi, algumas das quais me passaram na mémoria, qual filme em movimento acelerado.
Recordei a estupfação estampada no rosto dos alunos acabados de chegar ao quinto ano, a sua cara de espanto, quando na primeira aula e apontando para o painel de ferramentas, dizia com voz austéra " Agradeço que não esqueçam isto durante a vossa vida... AS MAQUINAS E AS FERRAMENTAS NÃO PERDOAM ERROS", o que me valeu a inexistência de qualquer acidente grave em trinta e cinco anos de leccionação.
Vi os rostos de tantos e tantos miúdos, hoje homens e mulheres, que ao longo do tempo passaram por aquelas cadeiras e mesas, lembrei os seus sucessos e fracassos, o sorriso de satisfação após terem conseguido concluir com êxito, uma tarefa que à partida lhes parecia "impossível", como por exemplo construir um livro.
Lembrei-me de alguns deles... a Madga, que aos 12 anos desenhava vestidos de noite, que qualquer estilista não se importaria de assinar, do André que pintava em cerâmica como poucos, da criatividade do Deep, o rigor de trabalho do Ivo, a capacidade de adaptação do Gil a qualquer situação nova e.... tantos outros.
A construção do painel de ferramentas, da mesa de luz, da maquina de cortar esferovite, do painel de ajulejos, hoje colocado na entrada da Escola, a pintura manual de inumeras T-Shirts, que envergavam com um sentido orgulho.
Vieram-me à memória recordações da sala cheia com a turma que estava em aula normal e mais os outros que, quando tinham um "furo", procuravam a porta que sabiam, sempre aberta. Enfim..... A MINHA ESCOLA.
Era o tempo em que, hoje e na óptica de muitos, a escola não tinha qualidade, os professores não queriam fazer nada, trabalhavam poucas horas, não tinham rigor nem exigência, os alunos tinham de respeitar alguns princípios e valores, aprendiam a ler e interpetar, a calcular, adquiriam conhecimentos científicos nas mais variadas àreas, desenvolviam a sua capacidade psico-motora e a destreza física.
Hoje... tudo é diferente, para melhor dizem, há.... os PTs (Professores Titulares) para coordenar e avaliar os Professores... o PNL (Plano Nacional de Leitura)... o PNM (Plano Nacional da Matemática).... o PE (Projecto Educativo) .... o PAAE (Plano Anual de Actividades da Escola).... o PCT ( Projecto Curricular de Turma)... o PIT (Plano Individual de Trabalho).... as Planificações a... Longo.... Médio... e Curto Pazo... as Diárias.... o PA (Plano de Acompanhamento) ... o PR (Plano de Recuperação) ... as OTE (Ocupação dos Tempos Escolares)... o Choque Tecnológico... o Magalhães... as NO (Novas Oportunidades)... a Integração Plena... as Estatísticas... a CERTIFICAÇÃO!!!!!!!!!!!!
São, na minha óptica, planos a mais, papéis a mais, a maioria completamente inúteis, elaborados no sistema de "copy/paste", mas que tiveram o efeito de "ocupar" os Professores e desumanizar a Escola, a MINHA ESCOLA,... por isso parto sem a mínima saudade, com um sentimento de Libertação que nunca pensei sentir e com a consciência de que não contribuí para o "assassínio" ético-cultural de pelo menos uma geração.
Um Abraço e até ao.... PRÓXIMO RETALHO
Há sempre um dia!
Hoje, foi para mim esse dia.
O dia de criar o meu próprio Blog.
Hoje, trinta e cinco anos depois de ter abraçado a profissão de professor, já sem horários rígidos, sem obrigatoriedade de elaborar planificações, relatórios, estatísticas, planos individuais de aprendizagem, reuniões interminéveis e muitas vezes inúteis, senti a disponibilidade para partilhar o que me vai na "alma"!
Não pretendo fazer deste espaço nenhum compêndio de qualquer matéria ou disciplina, tão só que ele seja um espaço de encontro, de ideias, emoções, alegrias, tristezas, sonhos e desilusões em que o dia a dia de todos nós é.... fértil.
Enfim... RETALHOS DE UMA VIDA!!!