Passado que está o Natal, aproxima-se a passos largos o final de mais um ano.
É a altura para fazer um balanço do que ao longo dos últimos 365 dias aconteceu, daquilo que fizemos e sobretudo daquilo que ficou por fazer, dos sonhos que conseguimos transformar em realidade e dos que ficaram adiados, do nosso contributo para tornar melhor a vida daqueles que nos rodeiam ou a falta dele, enfim a relação entre o "deve" e o "haver" da nossa vida, assim como o da sociedade onde estamos inseridos.
O ano de 2008, no plano internacional, foi um ano "sui generis", que irá ficar na História como o ano em que se iniciaram grandes transformações na forma de viver das pessoas, como o ano em que finalmente grande parte dos responsáveis mundiais "acordaram" para realidade, que os mais atentos há muito denunciavam e eles teimavam em não ver.
Começou como um qualquer ano "normal", mas logo na sua "infância" se revelou diferente com o inicio da escalada do preço do petróleo, levando proeminentes economistas (eu não percebo nada de economia... mas eles também não!) a prever que até final do ano poderia chegar, catastroficamente, até aos 200 dólares por barril o tornaria insustentável a maior parte das economias dos países.
Na sua "irreverência de adolescente" mostra que algumas das maiores e mais proeminentes figuras da economia financeira mundial, que muitos veneravam e respeitavam, afinal não passavam de reles ladrões sem qualquer tipo de escrúpulos, de princípios, de valores, levando à ruína Países e milhões de pessoas.
Chegado à "idade adulta" revela como as realidades de hoje são relativas e rapidamente se tornam efémeras, o barril de petróleo não só não atingiu os tais 200 dólares, como fecha o ano abaixo dos 40... George W. Bush protagonista de uma das maiores mentiras da História e que levou à morte de milhares de pessoas (a invasão do Iraque) vai deixar, sem honra nem glória, (para alívio de milhões de pessoas) a presidência de uma das maiores potências mundiais agora também a necessitar de ajuda internacional, para tentar equilibrar as suas contas... o Mundo fica mergulhado numa crise de consequências ainda imprevísiveis e finalmente percebe-se globalmente a importância das energias, ditas alternativas.
Cá, neste sítio mais ocidental da Europa, as coisas não foram muito diferentes do resto do Mundo... os combustíveis subiram a uma velocidade vertiginosa e descem em "câmara lenta"... algumas das personagens das revistas "cor de rosa" são os tais ladrões de colarinho branco sem escrúpulos nem vergonha, a quem o poder deixou usufruir de lucros milionários e agora salva nacionalizando os prejuízos que milhões de contribuintes irão pagar... em nome de uma mentira, destruiu-se o sistema de saúde e o ensino público, para benefício de alguns em prejuízo de muitos.
Pessoalmente foi também um ano "sui generis", foi o ano em que abandonei, com alegria e sem qualquer nostalgia, ao contrário do que sempre pensei, a profissão de uma vida e, por força disso, parti à descoberta de novos caminhos quer pessoais quer profissionais.
A tradição manda desejar a todos um Feliz Ano Novo... não o vou fazer!
Apenas formular votos, que ele seja bem diferente deste que agora termina, que se "faça luz" nas cabeças pensantes que nos governam para que exista mais humanismo e menos tecnocracia nas suas decisões, de forma a que os efeitos da crise, provocada por alguns energúmeros, afecte o menor número de pessoas possível... que encerre o menor número de empresas e se perca o menor número de postos de trabalho possível... que as escolas voltem a ser um local de formação e não de confusão... que as pessoas sejam consideradas como Seres Humanos e não como um número (o de contribuinte)... que as crianças voltem a sorrir... SAUDAVELMENTE!!!!
Um abraço e até ao próximo.... RETALHO.